Oi, Pessoas!
Então, semana passada, um post de uma mãe fez muito sucesso na internet. Choveram críticas à mãe que dizia amar seu filho, mas odiava ser mãe.
Primeiramente, tenho que dizer que, como sempre, AS PESSOAS CONTINUAM A APONTAR O DEDO para os outros, né?! O que eu li de crítica destrutiva para esta recente mãe... Fiquei com dó da guria! Conseguiram até cancelar a conta dela no Facebook, gente! Isso era realmente necessário?!
Sim, eu amo meus filhos! Sim, eu amo ser mãe! Sim, eu tenho meus momentos de estresse e raiva! Sim, eu tenho muitos momentos de alegria com meus pequenos! Mas, diga a verdade, lá do fundo do seu coração: em nenhum momento, nenhum segundinho sequer você sentiu saudades de coisas que fazia quando não tinha filho(s)?
Entendo que muitas mães discordem das palavras daquela recente mãe. Mas existem muitas outras que concordam com ela. E eu não estou aqui para dizer quem está certa ou está errada. Porque tudo isso é algo tão pessoal, como gosto - cada um tem o seu e, com respeito, todos vivemos em paz!
Pessoas, a grande maioria das mães não vive uma rotina de comercial de margarina. Se você, que está grávida, sonha isso... Sinto muito, mas eu não vou iludir você ou qualquer outra mulher! Como tudo na vida, ser mãe tem seus momentos de pura alegria. Mas também tem seus momentos escuros....
Quando a Juju nasceu, com 29 semanas e 1 Kg, ela foi direto pra UTI Neo. Eu fui para o CTI. Só vi minha filha 02 dias depois e através de um vidro da incubadora. Demorei 26 dias para poder pegá-la no colo. Ela só saiu do hospital depois de 54 dias e estava com 2,0 Kg cravados. Foram dias de muito, muito sofrimento e dor. Derramei muitas lágrimas de tristeza.
Nisso tudo, ainda tive a Depressão Pós Parto.... Mas, procurei ajuda e, quando ela saiu, eu ainda me sentia insegura. Era muito cuidado... Tudo novo e diferente do esperado, entende?! Eu amava (ou melhor, amo!) a Juju, mas foram meses difíceis os que vivemos.
Aí, você deve imaginar que, com o João, eu tirei de letra! LEDO ENGANO!
Com o Bolota, era tudo diferente. Ele nasceu com 39 semanas. Precisava de cuidados, sim - mas, nem de longe era como quando a Juju veio pra casa! A Juju, desde a 1ª semana em casa dormiu no berço dela e dormia bem. Dormia às 23 hs e acordava às 05. Depois voltava a dormir.
O João dormiu no carrinho no meu quarto até completar 01 mês e acordava muito a noite! Eu amamentei o quanto pude - depois de 15 dias, eu dava um peito, tirava o leite com a bombinha do outro e dava na mamadeira (pra ver se ele recuperava o peso e não precisaria do complemento). Então, teve noite que ele chorava e eu chorava também! Eu chorava copiosamente de cansaço! Eu estava exausta e a única forma que eu tinha de demonstrar era chorando....
Que atire a primeira pedra a mãe que, no auge do seu nervosismo, nunca pensou: "Vou sumir. Um dia ou dois!"... Rsrsrsrs... Toda mãe já passou por isso! Principalmente quando começa a fase das birras e reclamações!!!
Por isso, minha amiga, meu amigo! Vamos parar de apontar o dedo para a mãezinha do lado! Ela tem seus problemas, você tem os seus! Mas o que não podemos esquecer é que existe algo chamado RESPEITO.
Você respeita a minha opinião e concorda comigo, senão... BRINCADEIRA!!!!! Eu respeito a sua opinião e você respeita a minha. Assim, podemos ser amigos e seguir adiante, não é?!
Boa semana!
Este blog foi criado para ser um diário para minha filha, Julia. Agora, alguns anos depois, o João Pedro chegou e quero que ele também tenha espaço por aqui. No meio disso tudo, aprendi a aceitar e, o mais importante, me amar como uma mulher PLUS Size. Descobri um mundo PLUS lindo e me livrei das amarras que me prenderam por 35 anos! Por isso, quero ajudar outras mães a se livrarem das suas amarras também!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
domingo, 14 de fevereiro de 2016
DEPRESSÃO É MODA?
Oi, Pessoas!
Tenho visto algumas blogueiras e "instagrameiras" (rs) falando sobre a depressão que vivenciam ou vivenciaram, bem como o conhecido (ou não tão conhecido) baby blues. e, como vejo muitas mulheres falando que depressão ou baby blues "é moda", "é doença de rico", "é falta de roupa pra lavar", venho aqui falar um pouco do que eu vivo.
Sou uma mulher que sofre por ser bipolar. Isso mesmo! Sou uma mulher que sofre com o transtorno bipolar. Mas, o que é isso? Bom, basicamente e muuuuuuuuito resumidamente falando: é quando uma pessoa sofre alterações de humor constantes. As variações vão da euforia à depressão - são 05 graus diferentes e eu não vou explicar, agora, um a um. Quem sabe, num próximo post?!
Durante muitos anos, fiz tratamento com psiquiatra e psicólogo. Tomei medicação controlada e estabilizador de humor. E, antes que tentem usar meus posts contra meus atos e atitudes, vou logo explicando que, quando estava na depressão, minhas crises sempre foram com muita tristeza e isolamento. Além da insônia. NUNCA, EM NENHUM MOMENTO, QUALQUER DAS MINHAS CRISES ME TORNOU UMA PESSOA AGRESSIVA.
Bom, vamos falar, então, do que eu vivi, porque é apenas sobre isso que posso falar. Da minha experiência.
DEPRESSÃO NÃO É MODA, NÃO É DOENÇA DE RICO E MUITO MENOS FALTA DE ROUPA PRA LAVAR!!!
Depressão é uma doença de dentro de nós, entende?! Acho que não....
Quando o bipolar está na fase da euforia, tudo está bem - não importa que o mundo esteja desabando lá fora. Para o bipolar, na euforia, todo mundo é lindo e o planeta Terra é o melhor lugar para se viver. Nada o incomoda.
Mas aí vem a depressão e o quadro muda...
Quando engravidei da Juju, eu tomava remédio controlado para o humor e para dormir. E, durante a gravidez, continuei com a medicação (em dose reduzida) por ordens do psiquiatra que me acompanhava. Se eu cortasse totalmente os remédios, de uma hora para a outra, eu poderia sofrer um colapso e o bebê também.
Com tudo o que aconteceu no nascimento da Juju (pra quem não sabe, ela nasceu prematura de 29 semanas e ficou 54 dias na UTI Neo), eu voltei a apresentar um quadro grave de depressão. Então, a pergunta que não quer calar: O que eu sentia quando estava em depressão?
Bom, eu não sentia raiva do mundo e nem rejeitei a minha filha. Apesar de apresentar depressão pós-parto (e, muitas pessoas acham que, neste caso, a pessoa tem que rejeitar o filho - isso não é verdade!), eu não tinha qualquer sentimento ruim com relação ao mundo ou à minha filha. Eu sentia uma forte vontade de NÃO FALAR COM NINGUÉM, de não ver ninguém (as pessoas queriam me visitar e me apoiar) a não ser que fosse extremamente necessário. Não fiquei agressiva, impaciente ou coisa parecida. Eu só queria me isolar do mundo. Não queria atender telefone, falar com visitas ou fazer sala para elas. Foquei em Juju o tempo inteiro. Algumas coisas me fizeram ficar com uma vontade ainda maior de me isolar e foi isso que fiz.
Voltei à medicação e não pude amamentar. Muitas coisas que eu queria viver no pós-parto da Juju eu não vivi. E não me recusei a buscar ajuda. Eu busquei ajuda. Eu fui pro psiquiatra. Eu tomei medicação. Mas as coisas dentro de mim pioravam. Eu ficava cada vez mais triste por dentro. Tentei, ao máximo, não deixar isso transparecer ao mundo. Mas, em determinado momento, foi inevitável para as pessoas que me cercavam não perceber que eu estava depressiva e dependente dos remédios controlados.
Foi um tempo LONGO. Muito longo. Demorei a sair da depressão. E o que eu posso dizer sobre ela é: Não adianta você, de fora da situação, querer dizer a uma pessoa depressiva que, se ela quiser e tiver vontade, ela sai da depressão. Que , se ela tiver força de vontade, ela sai da depressão. Que depressão é falta do que fazer ou preguiça.
Pessoas, uma pessoa em depressão, no grau que eu estava, não tem ânimo para sair de casa, para receber amigos, para ir ao shopping... A pessoa, simplesmente, não quer fazer nada. Só que ficar ali, no canto dela, no escuro, dormindo. A pessoa em depressão precisa de apoio e não de acusações. E em nada vai ajudar você dizer: "Sai dessa cama, fulano. Toma um banho, vamos passear!". ISSO NÃO VAI AJUDAR.
Acho triste a pessoa entender que alcoolismo e dependência química é doença, mas achar que depressão é falta do que fazer!!!! É o cúmulo do absurdo!!!! Porque a depressão dói no mais fundo da pessoa... Dói lá dentro... Machuca a alma.... E criticar não vai ajudar....
Passei quase 03 anos em depressão. As pessoas que conviveram comigo podem dizer, com toda certeza, o que foi conviver comigo de 2010 a 2013. E estas pessoas sabem quem eu era e quem eu sou hoje. A mesma pessoa, só que livre da medicação.
A depressão me fez ser uma mãe ruim por um tempo pra Juju. A depressão quase acabou com meu casamento. A depressão me fez ser uma péssima amiga e uma péssima irmã por um tempo. A depressão me afastou até da minha Igreja e de Deus. Ele não me abandonou, eu que O abandonei. Mas, por misericórdia e graça, Deus nunca desiste de nós, não é mesmo?!
Na gravidez do João, eu estava sendo acompanhada por um outro psiquiatra. E ele cortou a medicação que eu tomava antes de engravidar. Nosso medo era a insônia, mas, na gravidez do João eu senti tanto sono, tanto sono, que o remédio não fez falta.
Depois que o João nasceu, eu voltei ao psiquiatra e ao psicólogo. E ambos me falaram que eu não precisava mais de medicação para controlar meu humor. Eu ainda sou bipolar, mas, no momento, sem crise, não há razão para tomar qualquer medicação.
Hoje eu vivo os sentimentos. Fico triste, choro, fico nervosa, grito, fico feliz, choro de alegria, dou gargalhadas, abraço e beijo muito quem eu amo. Acho que minha família é quem melhor pode dizer a pessoa que eu sou hoje. Deus me abençoou.
Não critico quem precisa da medicação. E também não tenho medo de ter que, em algum dia, ter que voltar a tomar alguma medicação. Eu tenho medo de voltar à depressão? Sim. Dela eu tenho medo. Porque ela me derruba e me faz ser uma Bianca triste - pessoa esta que eu não sou.
Hoje, mais madura, entendo que as coisas têm seu tempo para acontecer. Entendo os sentimentos. Sou falha, viu, Pessoas?! Não sou perfeita?! Mas também não fico apontando o dedo para as pessoas.
Se há alguém perto de você, próximo a você que está em depressão: não critique, não o mande levantar da cama e se arrumar, não tente forçar a barra. Procure ajudar - e, se não sabe como, procure um especialista para saber COMO AJUDAR.
Desculpe se não fui muito profunda em tudo o que eu vivi. Não tenho medo de "dar minha cara a tapa". Mas, por ser um blog aberto, pessoas que me detestam leem aqui e vão tentar usar este texto contra mim. Portante, se quer saber mais, pergunte-me como inbox, por email - falo sobre isso sem qualquer problema.
Se você está em depressão ou acha que está - PROCURE AJUDA ESPECIALIZADA!!!! Peça ajuda!!! Não se deixe destruir por esta doença!!!!
Depressão é o câncer da alma.....
Boa semana!!!
Cheia de sorrisos, eu espero!!!
Tenho visto algumas blogueiras e "instagrameiras" (rs) falando sobre a depressão que vivenciam ou vivenciaram, bem como o conhecido (ou não tão conhecido) baby blues. e, como vejo muitas mulheres falando que depressão ou baby blues "é moda", "é doença de rico", "é falta de roupa pra lavar", venho aqui falar um pouco do que eu vivo.
Sou uma mulher que sofre por ser bipolar. Isso mesmo! Sou uma mulher que sofre com o transtorno bipolar. Mas, o que é isso? Bom, basicamente e muuuuuuuuito resumidamente falando: é quando uma pessoa sofre alterações de humor constantes. As variações vão da euforia à depressão - são 05 graus diferentes e eu não vou explicar, agora, um a um. Quem sabe, num próximo post?!
Durante muitos anos, fiz tratamento com psiquiatra e psicólogo. Tomei medicação controlada e estabilizador de humor. E, antes que tentem usar meus posts contra meus atos e atitudes, vou logo explicando que, quando estava na depressão, minhas crises sempre foram com muita tristeza e isolamento. Além da insônia. NUNCA, EM NENHUM MOMENTO, QUALQUER DAS MINHAS CRISES ME TORNOU UMA PESSOA AGRESSIVA.
Bom, vamos falar, então, do que eu vivi, porque é apenas sobre isso que posso falar. Da minha experiência.
DEPRESSÃO NÃO É MODA, NÃO É DOENÇA DE RICO E MUITO MENOS FALTA DE ROUPA PRA LAVAR!!!
Depressão é uma doença de dentro de nós, entende?! Acho que não....
Quando o bipolar está na fase da euforia, tudo está bem - não importa que o mundo esteja desabando lá fora. Para o bipolar, na euforia, todo mundo é lindo e o planeta Terra é o melhor lugar para se viver. Nada o incomoda.
Mas aí vem a depressão e o quadro muda...
Quando engravidei da Juju, eu tomava remédio controlado para o humor e para dormir. E, durante a gravidez, continuei com a medicação (em dose reduzida) por ordens do psiquiatra que me acompanhava. Se eu cortasse totalmente os remédios, de uma hora para a outra, eu poderia sofrer um colapso e o bebê também.
Com tudo o que aconteceu no nascimento da Juju (pra quem não sabe, ela nasceu prematura de 29 semanas e ficou 54 dias na UTI Neo), eu voltei a apresentar um quadro grave de depressão. Então, a pergunta que não quer calar: O que eu sentia quando estava em depressão?
Bom, eu não sentia raiva do mundo e nem rejeitei a minha filha. Apesar de apresentar depressão pós-parto (e, muitas pessoas acham que, neste caso, a pessoa tem que rejeitar o filho - isso não é verdade!), eu não tinha qualquer sentimento ruim com relação ao mundo ou à minha filha. Eu sentia uma forte vontade de NÃO FALAR COM NINGUÉM, de não ver ninguém (as pessoas queriam me visitar e me apoiar) a não ser que fosse extremamente necessário. Não fiquei agressiva, impaciente ou coisa parecida. Eu só queria me isolar do mundo. Não queria atender telefone, falar com visitas ou fazer sala para elas. Foquei em Juju o tempo inteiro. Algumas coisas me fizeram ficar com uma vontade ainda maior de me isolar e foi isso que fiz.
Voltei à medicação e não pude amamentar. Muitas coisas que eu queria viver no pós-parto da Juju eu não vivi. E não me recusei a buscar ajuda. Eu busquei ajuda. Eu fui pro psiquiatra. Eu tomei medicação. Mas as coisas dentro de mim pioravam. Eu ficava cada vez mais triste por dentro. Tentei, ao máximo, não deixar isso transparecer ao mundo. Mas, em determinado momento, foi inevitável para as pessoas que me cercavam não perceber que eu estava depressiva e dependente dos remédios controlados.
Foi um tempo LONGO. Muito longo. Demorei a sair da depressão. E o que eu posso dizer sobre ela é: Não adianta você, de fora da situação, querer dizer a uma pessoa depressiva que, se ela quiser e tiver vontade, ela sai da depressão. Que , se ela tiver força de vontade, ela sai da depressão. Que depressão é falta do que fazer ou preguiça.
Pessoas, uma pessoa em depressão, no grau que eu estava, não tem ânimo para sair de casa, para receber amigos, para ir ao shopping... A pessoa, simplesmente, não quer fazer nada. Só que ficar ali, no canto dela, no escuro, dormindo. A pessoa em depressão precisa de apoio e não de acusações. E em nada vai ajudar você dizer: "Sai dessa cama, fulano. Toma um banho, vamos passear!". ISSO NÃO VAI AJUDAR.
Acho triste a pessoa entender que alcoolismo e dependência química é doença, mas achar que depressão é falta do que fazer!!!! É o cúmulo do absurdo!!!! Porque a depressão dói no mais fundo da pessoa... Dói lá dentro... Machuca a alma.... E criticar não vai ajudar....
Passei quase 03 anos em depressão. As pessoas que conviveram comigo podem dizer, com toda certeza, o que foi conviver comigo de 2010 a 2013. E estas pessoas sabem quem eu era e quem eu sou hoje. A mesma pessoa, só que livre da medicação.
A depressão me fez ser uma mãe ruim por um tempo pra Juju. A depressão quase acabou com meu casamento. A depressão me fez ser uma péssima amiga e uma péssima irmã por um tempo. A depressão me afastou até da minha Igreja e de Deus. Ele não me abandonou, eu que O abandonei. Mas, por misericórdia e graça, Deus nunca desiste de nós, não é mesmo?!
Na gravidez do João, eu estava sendo acompanhada por um outro psiquiatra. E ele cortou a medicação que eu tomava antes de engravidar. Nosso medo era a insônia, mas, na gravidez do João eu senti tanto sono, tanto sono, que o remédio não fez falta.
Depois que o João nasceu, eu voltei ao psiquiatra e ao psicólogo. E ambos me falaram que eu não precisava mais de medicação para controlar meu humor. Eu ainda sou bipolar, mas, no momento, sem crise, não há razão para tomar qualquer medicação.
Hoje eu vivo os sentimentos. Fico triste, choro, fico nervosa, grito, fico feliz, choro de alegria, dou gargalhadas, abraço e beijo muito quem eu amo. Acho que minha família é quem melhor pode dizer a pessoa que eu sou hoje. Deus me abençoou.
Não critico quem precisa da medicação. E também não tenho medo de ter que, em algum dia, ter que voltar a tomar alguma medicação. Eu tenho medo de voltar à depressão? Sim. Dela eu tenho medo. Porque ela me derruba e me faz ser uma Bianca triste - pessoa esta que eu não sou.
Hoje, mais madura, entendo que as coisas têm seu tempo para acontecer. Entendo os sentimentos. Sou falha, viu, Pessoas?! Não sou perfeita?! Mas também não fico apontando o dedo para as pessoas.
Se há alguém perto de você, próximo a você que está em depressão: não critique, não o mande levantar da cama e se arrumar, não tente forçar a barra. Procure ajudar - e, se não sabe como, procure um especialista para saber COMO AJUDAR.
Desculpe se não fui muito profunda em tudo o que eu vivi. Não tenho medo de "dar minha cara a tapa". Mas, por ser um blog aberto, pessoas que me detestam leem aqui e vão tentar usar este texto contra mim. Portante, se quer saber mais, pergunte-me como inbox, por email - falo sobre isso sem qualquer problema.
Se você está em depressão ou acha que está - PROCURE AJUDA ESPECIALIZADA!!!! Peça ajuda!!! Não se deixe destruir por esta doença!!!!
Depressão é o câncer da alma.....
Boa semana!!!
Cheia de sorrisos, eu espero!!!
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
MATHEUS, O FILHO ESPECIAL DA PRYSCILA
Oi, Pessoas!
Hoje não sou eu quem vai falar com vocês. Hoje, nós vamos conversar com a Pryscila.
A Pry é mãe do Matheus, um guri de 03 anos super especial, que foi diagnosticado, recentemente, como autista.
Então, vamos à nossa conversa, que é o que importa!
P: Meu filho Gabriel é um anjo. Me ajuda muitooooooooo, rs. Muito compreensivo e brinca demais com o irmão.
Hoje não sou eu quem vai falar com vocês. Hoje, nós vamos conversar com a Pryscila.
A Pry é mãe do Matheus, um guri de 03 anos super especial, que foi diagnosticado, recentemente, como autista.
Então, vamos à nossa conversa, que é o que importa!
AASM: Oi,
Pryscila. Vamos começar apresentando você. Conte pra gente quantos anos você
tem, como conheceu seu esposo, quem são e quantos anos têm os seus filhos.
P: Olá,
tenho 33 anos. Conheci o Thiago na empresa que trabalhávamos juntos. Isso foi
em 2009 e nos casamos em 2011. Tenho dois filhos, o Gabriel (que tem 13 anos,
filho de outro relacionamento) e o Matheus (de 3 anos).
AASM:
Vamos falar um pouco de gravidez. Como foram as duas experiências de grávida? A
gravidez do Matheus foi diferente da gestação do seu filho mais velho?
P: A
gravidez do Gabriel foi bem turbulenta. Tive problemas com o pai dele, que, já
no inicio, não quis assumir o filho. Logo descobri que a placenta estava
deslocada e poderia perdê-lo a qualquer momento. A gestação inteira foi de
medicação e internação. Emagreci, no total, 10 Kg. Fiquei em depressão pois
muitas coisas ocorreram. Meu pai na uti por diversas vezes e eu morava com ele.
Mas no final deu tudo certo, Gabriel nasceu de parto normal pesando 4.900 kg e
medindo 51 cm.
A
gravidez do Matheus foi planejada. O Thiago queria ser pai e então decidimos
ter logo para que ele aproveitasse bastante. Meu esposo cresceu em abrigo, sem
contato com família, e ele queria viver isso. Ter essa experiência. Logo que
engravidei foi uma felicidade na família toda. Mas logo vieram os problemas.
Tenho Hematuria (sangue na urina), desde criança e, até hoje, não conseguimos
descobrir a causa. Com isso vieram as infecções de urina. Uma atrás da outra.
Tomei vários antibióticos diferentes. Quando completei 28 semanas de
gestação começaram as contrações. Meu obstetra resolveu me internar. Foram dois
dias de sufoco tentando segurar a gestação. Daí, mais medicações. Fiquei em
repouso absoluto, com monitoração 24 horas por dia. Além disso, descobrimos que
estava com Bigeminismo (arritmias cardíacas). Seria arriscado um parto normal.
Na 37° semana de gestação, as contrações voltaram e então decidimos fazer a cesária. Ele
nasceu com 3.180 kg, medindo 49 cm.
AASM:
Como foi o desenvolvimento do Matheus nos primeiros meses de vida?
P: Logo que ele nasceu já percebi que havia algo de
diferente nele. Não desgrudava de mim. Chorava o tempo todo e só se acalmava
comigo. Porém, seu desenvolvimento foi ótimo, perfeito. Foi crescendo
corretamente, se alimentando bem, os dentes vieram com 5 meses. Ele não
engatinhou e já andou com 9 meses. Com menos de 1 ano já sabia mexer no celular
e escolher seus próprios vídeos.
AASM:
Quando foi que vocês perceberam que havia algo diferente no Matheus?
P: Desde
o inicio achava ele diferente, mas não sabia explicar. Ele não ficava com
ninguém, de forma alguma. Até que fui na casa de uma amiga e ela me contou que
seu filho tinha sido diagnosticado autista. Então perguntei o que era autista e
ela me explicou. Saí da casa dela confusa demais, pois tudo que ela me dizia
era o Matheus.
AASM:
Como foi todo o processo de descobrimento de que Matheus é autista? Desde a
percepção de vocês até a confirmação de diagnóstico?
P: Ele andava
na ponta dos pés, rodava em volta de si mesmo e não caia. Gostava de olhar
fixamente para ventiladores. Gostava de tudo organizado, não suportava sujeira,
inclusive se sentir sujo. E o que mais me chamou a atenção foi que ele começou
a recusar contato com outras pessoas. Mas o irmão do Thiago, que conviveu com
ele no abrigo, dizia que ele era o pai todinho e que essas atitudes o Thiago
tinha quando criança. Então, deixei pra lá. Mas, quando resolvi colocar ele na
escola, com 1 ano e meio, ele recusou a escola de tal maneira que a diretora me
orientou a ficar com ele mais um ano em casa.
Nesse
período, pra mim, o Mattheus só demonstrava ser, cada vez mais, autista. Então
decidi colocar ele na escola de uma amiga que é diretora. Conversamos com ela e,
com 2 anos e meio, ele começou a creche. Teve seu período de adaptação mas nada
fora do normal. Mas, em junho de 2015, a professora dele me orientou a
leva-lo na fono. Ele não falava nada, nem papai e mamãe. Nada. A comunicação
dele era pegar na nossa mão e nos levar até o que ele queria.
Na
primeira consulta com a fono, ela descartou o autismo. Porém, no decorrer das
consultas, que era uma vez por semana, ela me chamou e pediu para que eu
procurasse um neuropediatra, pois ele tinha características de um autista,, mas
que precisava ser diagnosticado por um especialista.
A
consulta com o neuro foi bem estranha, rs. Ele não me deixava falar uma só
palavra. Ficava analisando o Matheus o tempo todo na frente de um espelho e
preenchendo um pedido de exame. Até que, no fim da consulta, ele perguntou se
eu tinha alguma dúvida e fiz a pergunta. A resposta foi "Qual a sua dúvida,
mãe?"
AASM:
Vocês tiveram que ir a muitos médicos até ter um diagnóstico final?
P: Ainda
estamos tentando um diagnóstico mais preciso. Trocamos de neuro, pois esse que
estávamos indo não respondia às minhas perguntas. Não acreditava em nada do que
eu falava. Pediu um laudo da escola. E quando falava de algum comportamento,
ele pedia vídeos. Receitou um antidepressivo que fez o Matheus dormir muito e
vomitar. Mas, quando eu falava dos efeitos do remédio, ele desconversava. A
consulta com o novo neuro é dia 01/02/16.
AASM:
Imagino que tenha sido um "baque" para você e seu esposo descobrirem
que Matheus é autista. Como foi e é a reação do irmão mais velho?
P: Na
verdade, não foi um baque. Foi um alivio. Parece estranho, né? Mas, olha pelo
meu lado: você tem um filho e sabe que ele é diferente de todas as crianças (eu
cuidei de 9 crianças antes dele). Ele não reage à outras crianças. Em um parque,
ele prefere brincar sozinho. Ele não gosta de festas. Gosta de tudo organizado
e ficava confuso demais... Ora queria dormir e, ao mesmo tempo, comer e brincar.
Enfim, era uma loucura aqui em casa. Ficava agressivo ao ponto de me bater, mas
não adiantava dar bronca. Isso piorava e ele ficava mais confuso. Quando queria
algo, era aquilo e pronto. Como se fosse birra e a gente tratava como birra.
Isso virava uma confusão imensa em casa.
Quando
descobrimos o autismo, tudo mudou. Agora entendemos mais ele. Por exemplo,
quando ele fica nervoso, ele me bate. Agora, ao invés de brigar ou colocar de
castigo, eu acalmo ele e depois explico que o que ele fez foi errado. Quando
fica confuso, tentamos acalmar ele até descobrir o que ele realmente
quer.
E agora
entendemos até o pai, que com a descoberta do autismo do Matheus, descobriu ser
autista.
AASM:
Matheus tem apenas 03 anos - ele faz algum tratamento médico? Alguma terapia?
P: Apenas
fono, por enquanto. Ele vai operar dia 20/02/16 da adenoide e, depois, vamos
procurar a terapia. Ele fez muitos exames e não queremos estressar ele.
AASM: Foi
muito difícil achar tratamento e orientação sobre autismo?
P: Na
verdade, uso redes sociais. Um amigo me passou o contato de uma assistente
social, mas devido a cirurgia do Matheus, adiamos a reunião. Tudo no seu tempo.
AASM:
Como é conviver com uma criança autista?
P: Uma
conquista a cada dia (Me fez chorar). Não dá pra definir.
Parei
minha vida. Não posso trabalhar pois ele não aceita outra pessoa cuidando dele.
Parei
minha vida social.
É saber
que seu dia será a mesma coisa, todos os dias, pois eles não gostam de trocar a
rotina. Isso confunde ele.
Mas nada
disso me desanima. Pelo contrário! Me sinto grata a Deus por me confiar a essa
tarefa. Durmo mais exausta do que qualquer outra mãe mas acordo sempre mais
feliz.
AASM:
Como você se sente, sendo mãe de uma criança diagnosticada como autista?
P:
Confusa e privilegiada. Não imaginava ser capaz de tanta coisa. Não imaginava
conhecer o amor por traz de uma síndrome. Isso me faz crescer a cada dia mais.
Matheus me ensina, todos os dias, a amar de formas diferentes.
AASM:
Qual a rotina do Matheus, hoje?
P: Ele
precisa saber que a família (pai, irmão e mãe) estão por perto. Sabe a hora que
o pai sai para trabalhar e chega. Brinca o tempo todo e assiste seus vídeos.
Gosta muito carinho e é carinhoso. Não gosta de mudanças na rotina.
Acorda,
toma seu leite, brinca. Mas não gosta de brincar com outras crianças. Gosta de sair,
passear. Adora música (isso o acalma muito). E ama animais.
AASM:
Você percebe algum preconceito das pessoas em relação a Matheus?
P: Apenas
uma vez. No hospital perto de casa, a enfermeira não queria me deixar entrar,
com o pai, para Matheus tomar a medicação. Quando a informei sobre o autismo
dele, ela fez cara de pouco caso e mesmo assim não me deixou entrar.
As
pessoas, quando ouvem eu dizer que ele é autista, perguntam se eu tenho certeza
pois ele não parece. Daí eu digo que o Messi é e também não parece. Isso parece
encantar, rsss.
AASM:
Matheus vai à creche? Se sim, foi muito difícil achar uma que aceitasse a
condição especial de Matheus?
P: Na
primeira creche ainda não tínhamos a certeza e foi complicado ele aceitar. Tivemos
que tirar. Na segunda, como já conhecia a diretora, foi mais fácil. Quando,
no decorrer do ano, descobrimos o autismo, ela se sentiu grata por saber que eu
não ia tirar ele de lá e aceitou o desafio como uma parceria. Foi muito bom.
Agora ele
vai pro XXX e, na matricula, me senti muito acolhida pela escola que também
aceitou a parceria.
* Retirei
o nome da escola para preservar a família
AASM:
Como você está hoje diante de toda esta situação?
P: De
verdade, me sinto confusa. O diagnóstico foi em setembro de 2015, recente.
Ainda não tive tempo de procurar uma terapia para mim. Preciso, para poder lidar
melhor com tudo isso. Não é fácil. Você quer sair com seu filho e não sabe se
ele vai ficar, ou não, no ambiente. Nunca sei a reação dele diante dos fatos.
Ele é indiferente e isso mexe muito comigo.
AASM:
Como está sua família, hoje? Seu relacionamento com seu esposo e seu filho e
deles com Matheus?
P: Meu filho Gabriel é um anjo. Me ajuda muitooooooooo, rs. Muito compreensivo e brinca demais com o irmão.
Minhas
irmãs e minha mãe me ajudam muito e hoje entendem algumas atitudes do Matheus (que
antes era considerado "chato").
Como mencionei,
acabamos descobrindo que o Thiago também tem características de autista e, por
isso, Matheus é tão parecido com ele. Isso fez eu entender ele um pouco também.
Estamos em parceria, juntos. Sempre estamos procurando ajudar um ao outro Acho
que fortaleceu nossa relação.
AASM:
Você acha que existe bastante informação sobre o autismo?
P:
Informações, sim. Mas, muitos desconhecem a verdadeira face do autista. Muitas
informações são desencontradas. Às vezes, leio um artigo e, quando leio outro,
me parece que as informações ficam divergentes.
AASM: O
que você espera da sociedade com relação a Matheus?
P: Não só
em relação a Matheus, mas acho que a sociedade, em um modo geral
precisa ter mais compreensão. Menos preconceito e mais atitude dos
governantes.
Eles são
muito inteligentes e só precisam de um estímulo a mais para se desenvolverem.
São anjos que mudam completamente nossa forma de amar ao próximo.
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