CASAL NARDONI & MADRASTA

Atualmente, não é muito incomum encontrar filhos de pais que estão separados e algum deles já tenha, inclusive, constituído nova família. É o caso do meu marido. Quando eu o conheci, ele ainda não tinha o Jean (e muita água passou embaixo das nossas pontas antes dos nossos rios se cruzarem de vez!). 04 anos depois, o Jean tinha 02 anos quando ele se separou e nós ficamos juntos.

Não sei se é porque eu sempre fui APAIXONADA por crianças, uma defensora leal da infância e uma "tia" que mima muito, mas eu me apeguei logo ao Jean. O fato de ele ser parte do homem que eu amo também contribuiu muito, óbviooooo!!! Mas, antes mesmo de ficarmos juntos, NUNCA, NUNCA sequer me passou pela cabeça interferir ou cortar o vínculo de relacionamento PAI X FILHO que eles têm!!!

O Jean é LOUCO pelo pai. O pai é louco pelo filho. E a autora aqui é APAIXONADA pelos dois. Sei que o Jean não é meu filho, que não saiu do meu ventre. Mas, no meu coração, ele é. Não há diferença entre ele e Júlia. Ambos são filhos do homem que eu amo. São partes do homem que eu amo. A única diferença é que em um dos casos, eu vou acompanhar o processo desde o início.

Não posso dizer que sou uma MÁDRASTA. Não sou. Sou uma BOADRASTA. Defendo o Jean com unhas, garras & dentes se tiver que fazer. Compro roupinhas, comidinha, levo pro parquinho, compro DVD, vejo DVD 87547325475024564 de vezes o mesmo filminho só porque ele quer. Mas também digo "não", também imponho limites quando ele está conosco e também quero respeito. Não sei passar em uma loja de coisinhas que ele goste e não olhar sem lembrar dele, mas também sei dizer "um só", ou "agora não dá pra comprar".

E, se todas as "madrastas" entendessem que o relacionamento anterior não significa, necessariamente, um laço de amor entre os genitores, mas sim entre os frutos deste relacionamento, não haveriam casos tão chocantes como este do Casal Nardoni. Ciúmes da filha?! Ser capaz de machucar uma criança? De bater? De ferir?! De MATAR?!?! Em que mundo nós estamos!!! Pára o mundo que eu quero descer!!!!!!!!!!!

Desculpem o desabafo, mas se a Jatobá conseguisse enxergar o relacionamento do Alexandre com a Isabella como eu vejo o do Carlos com o Jean, ela não precisaria engravidar 02 vezes pra tentar ter uma menina, só pra "provar" que também poderia dar uma menina ao Nardoni. Ela entenderia que não precisa disputar um espaço no coração dele pra ser amada. São amores diferentes. São relacionamentos diferentes.

Eu teria paparicado muito a Isabella (sim, porque, pelas fotos, ela parecia uma menina muito doce). Teria tentado um relacionamento de amor & respeito. Tenho certeza que a Isabella, assim como crianças de pais separados, iria entender que o pai estava buscando sua felicidade e era feliz com outra pessoa. Que a Isabella seria feliz sabendo que o pai era feliz.

Entendo que poderia até haver ciúmes entre as duas mulheres - mas a criança em nada tem que se envolver com isso. Há de haver uma separação entre o relacionamento entre os adultos e a criança - para preservar a criança. Para a felicidade da criança, para a alegria da criança, pelo bem-estar da criança.

E, sim, eu amo meu enteado. E sim, sou capaz de tudo por ele - o que posso e, muitas das vezes, até o que não posso! E sim, faço de tudo pra felicidade dele. Por ele e pra ele. Assim como faço e farei sempre pela minha Júlia.

Desculpem o longo desabafo.

Boa semana.